Formas graves da doença podem ser evitadas com a vacinação
O Dia Mundial de Combate à Meningite é lembrado no dia 24 de abril. O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), istrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realiza acolhimento dos pacientes com meningite, através do atendimento multidisciplinar de profissionais da equipe médica, enfermeiros, farmacêuticos e fisioterapeutas.
A meningite é uma doença grave, geralmente caracterizada por uma inflamação das meninges, que são as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. É causada, principalmente, por bactérias ou vírus. Mais raramente, pode ser provocada por fungos, parasitas ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose.
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, segundo o Ministério da Saúde. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais na primavera-verão. No ano ado (2024), o HC-UFTM notificou 54 casos de meningite, sendo 19 bacterianas, oito virais, duas meningocócicas, duas tuberculosas, 15 de outras etiologias e oito não especificadas.
Danielle Borges, neurologista e neuroimunologista no HC-UFTM, aponta que alguns sintomas clássicos são cefaleia, alteração do nível de consciência, febre e rigidez de nuca. Pessoas com sintomas devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação médica. Se houver sinais indicativos e encaminhamento médico para o setor terciário (onde são atendidos os casos de maior complexidade), essa pessoa pode ser encaminhada para o HC-UFTM, que fornece atendimento referenciado para a doença.
Crianças menores de 5 anos e idosos são os mais vulneráveis à doença. “A meningite pode ter um acometimento por contiguidade, ou seja, quando o paciente teve uma doença mal curada: alguma infecção (viral ou de garganta), uma sinusite ou um abscesso, uma das possíveis formas de contaminação, seria essa contiguidade. Essas doenças mal curadas podem fazer com que o agente causador tenha contato com a meninge e desencadeie o processo da meningite”, esclareceu a médica.
TRATAMENTO – “Já na suspeita clínica, como é uma doença grave, sem perder tempo de diagnóstico, pode-se introduzir um tratamento empírico, com uma medicação para ter um controle melhor da doença. E, depois, claro, fazer avaliações tanto com exames de sangue, quanto a coleta do líquido cefalorraquidiano (líquor) ”, apontou Danielle.
A identificação específica do agente é importante para o médico saber exatamente como deve tratar a infecção. A especialista conta que cada tipo de acometimento da meningite, seja viral, a bacteriana ou a fúngica, tem seus tratamentos específicos, de acordo com as características.
O HC-UFTM também realiza a dispensação de medicamentos durante o tratamento de meningite, envolvendo antibióticos ou antivirais, dependendo da etiologia, além de analgésicos, antitérmicos e soro para hidratação. “Se for necessário manter em casa alguma medicação, deixamos as medicações nas formulações genéricas e, caso possível, mais íveis em farmácias populares para maior aderência e menos custos para os pacientes. Sempre priorizamos o atendimento efetivo, capaz de determinar um bom tratamento e da maneira mais ível possível”, enfatizou a neurologista.
ACOMPANHAMENTO – O ambulatório multidisciplinar do HC-UFTM fornece acolhimento para os pacientes que precisam de apoio pós-internação de meningite, para revisão de sequelas (caso as tenha) e possíveis ajustes necessários no tratamento e medicação.
Em outubro do ano ado (2024), o Ministério da Saúde lançou as diretrizes do “Plano Nacional para o Enfrentamento às Meningites até 2030”, que visa atender o Roteiro Global da Organização Mundial da Saúde (OMS) reduzindo em 70% as mortes provocadas pelas epidemias até 2030.
PREVENÇÃO – A vacinação é a prevenção mais eficaz, nas formas mais graves da doença. “Não irá impedir de pegar a doença, mas, nas formas mais graves, a pessoa fica mais protegida. Então, é muito importante a vacinação, especialmente das crianças. Porque as formas mais graves da doença são as que matam ou deixam sequelas”, finalizou a neurologista. As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite através do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
Rede Ebserh – O HC-UFTM faz parte da Rede Ebserh desde janeiro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, istra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.